domingo, 10 de abril de 2016

Omissão

A omissão é, mesmo que não intencionalmente, um passaporte de autorização para a segregação e a exclusão social, uma procuração em branco para os opressores.

Os omissos podem até acreditar que não têm culpa pela situação social e política em que vivemos. Triste falácia, eles são no mínimo corresponsáveis. Exatamente porque não tomam partido contra os poderosos, déspotas, tiranos, e dos opressores, que estes podem mais facilmente se perpetuarem, mantendo tudo como exatamente sempre esteve. Tenho restrições a ditados, pois que em geral sendo frases soltas perdem muito de sua coerência com o real, mas aqui bem que se enquadra o: “quem cala consente”...

segunda-feira, 14 de março de 2016

Liberdade

Alguns sonham com a liberdade, outros se acham libertos para sonharem, entretanto, para mim, em verdade, de pouco ou de quase nada adianta sonhar com a liberdade, ou se achar liberto para sonhar, se não houver ousadia, atrevimento, arrojo, e total desapego de seus limites, pela coragem humana de se lançar de corpo e mente pela conquista, pela aquisição e pela construção real e minimamente plena desta liberdade individual e coletiva. Liberdade total e absoluta, sem o contratempo da responsabilidade e do comprometimento empático pelo outro, pelos outros, é uma construção mental equivocada e desalinhada com qualquer liberdade plena, que deve incluir sempre e obrigatoriamente, o outro, os outros, no escopo natural, humano e social, da cobertura desta e de qualquer liberdade. Ser liberto não é sonhar com o que desejar, não é fazer o que desejar, em si não é desejar tudo e qualquer coisa que possa ser desejada, mas é desejar o desejo equilibrado do possível para todos, com foco na maximização da liberdade, da responsabilidade, do respeito, da sensibilidade, e do compromisso com e para todos, estejam eles aqui, ali ou acolá, sejam eles, estes ou aqueles, pensem eles como eu ou como eles próprios, sejam eles maioria ou minoria. Ser livre, ser liberto, é algo a ser arrancado, ser exigido, ser cobrado, ser distribuído a todos, por todos, para todos, e com todos (os que minimamente se comprometem de corpo e mente com este objetivo, o resto... o resto...).


#onaturaleosocial
#naturalesocial

terça-feira, 1 de março de 2016

Compreender e concordar

Compreender não significa necessariamente concordar. Muitas coisas existem que eu compreendo, mas que definitivamente não concordo. Muitos não compreendem que é possível compreender sem concordar, e no geral muitos destes se perdem na falácia de concordar sem se dar ao trabalho de compreender, não somente superficialmente, mas no maior detalhamento possível. Eu concordo. Muitos não compreendem. Antes de concordar ou não, é necessário compreender, quem concorda ou discorda sem se dar ao trabalho de compreender, brinca com o seu presente, brinca com o nosso futuro.

A simples existência de ideias importantes, algumas delas complexas, que merecem compreensão, é uma situação clara de que antes de concordar é necessário compreender, pode dar um pouco mais de trabalho, mas é o esforço necessário para podermos criticamente concordar ou discordar. A busca da compreensão não é, e nem pode ser, entendida como que estamos concordando, estamos tão somente buscando evidências, fatos, conceitos, e tudo e qualquer coisa que será depois, em análise crítica e racional, utilizada para chegarmos a nossa compreensão e a final decisão de concordar ou discordar. Posso assim, compreender e não necessito concordar. Posso desta forma compreender o “fato” em si, posso também, e devo, buscar compreender o porquê alguém, ou alguma coisa chegou aquela situação, que poderá servir até de atenuante ou agravante para minha posterior concordância ou discordância. 

Valores e verdades


Confundimos valores com verdades, quando de verdade, damos aos valores, valores de verdade, mas de verdade, os valores independem da verdade. Valores são individuais e verdades universais. 

Uma verdade só tem valor para quem dá valor à verdade, mas em verdade, em verdade vos digo, quem dera, de verdade, que todos déssemos valor a verdade, e aprimorássemos continuamente a verdade de nossos valores.

Valores e verdades. Em verdade, eu e nem ninguém somos donos da verdade, mas de verdade todos temos que cuidar continuamente de nossos valores...




#onaturaleosocial
#naturalesocial

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Os três mundos


Karl Popper em sua linha argumentativa defendia a “existência” de três mundos possíveis. Ouso discorrer, superficialmente que seja, sobre este tópico, em especial ouso dar uma interpretação diferenciada, por discordar, mesmo que parcialmente, quanto ao segundo mundo por ele colocado.

O brilhante Karl Popper, que se define como um realista materialista, dispõe sobre a existência de três mundos: O mundo Físico, o mundo Mental, e o mundo Conceitual. Discorrerei a seguir sobre minha percepção destes três mundos, como: Mundo Físico, Mundo Subjetivo e o Mundo das Ideias conceituais. Cabe dizer que esta composição reflete um pensamento, uma crença e um saber pessoal, e não deve ser por ninguém tomada como absoluta, como verdade plena, devendo antes, todos e cada um, refletirem o mais crítico, lógico e racionalmente possível, antes de tomarem alguma posição, contrária ou favorável.

Quanto ao Mundo Físico, me sinto bem a vontade de discorrer sobre ele, certo ou errado em minha argumentação, pois sendo (ou acreditando ser) um realista, e sem a “pejoração” do termo, sendo também filosoficamente um tipo de materialista, o mundo físico é o centro e o escopo geral de tudo que acredito. O Mundo físico é aquele, conforme creio, que envolve diretamente toda matéria e toda a energia, incluindo-se todos os tipos de reações químicas, processos biológicos ou sociais, e que também envolve diretamente a realidade física e prática do mundo no qual vivemos, além de todas as forças físicas, direta ou indiretamente derivadas, ou decorrentes da matéria ou da energia. Como sendo, para minha percepção, este, o “mundo” global (“mundo” geral), isto acarreta que o mundo subjetivo e o mundo conceitual acabam por serem casos específicos do “mundo” geral.