terça-feira, 1 de março de 2016

Compreender e concordar

Compreender não significa necessariamente concordar. Muitas coisas existem que eu compreendo, mas que definitivamente não concordo. Muitos não compreendem que é possível compreender sem concordar, e no geral muitos destes se perdem na falácia de concordar sem se dar ao trabalho de compreender, não somente superficialmente, mas no maior detalhamento possível. Eu concordo. Muitos não compreendem. Antes de concordar ou não, é necessário compreender, quem concorda ou discorda sem se dar ao trabalho de compreender, brinca com o seu presente, brinca com o nosso futuro.

A simples existência de ideias importantes, algumas delas complexas, que merecem compreensão, é uma situação clara de que antes de concordar é necessário compreender, pode dar um pouco mais de trabalho, mas é o esforço necessário para podermos criticamente concordar ou discordar. A busca da compreensão não é, e nem pode ser, entendida como que estamos concordando, estamos tão somente buscando evidências, fatos, conceitos, e tudo e qualquer coisa que será depois, em análise crítica e racional, utilizada para chegarmos a nossa compreensão e a final decisão de concordar ou discordar. Posso assim, compreender e não necessito concordar. Posso desta forma compreender o “fato” em si, posso também, e devo, buscar compreender o porquê alguém, ou alguma coisa chegou aquela situação, que poderá servir até de atenuante ou agravante para minha posterior concordância ou discordância. 


Parece óbvio, mas o número é enorme daqueles que forçosamente amarram compreensão com concordância, e o mais triste é o também enorme número de pessoas que concordam ou discordam sem compreender sequer o porquê. Infelizmente percebo em alguns pensadores, uma tendência a entender como se algo de transcendental obrigasse que a compreensão levasse necessariamente a concordância.

Para concordar (ou discordar), necessito, compreender. Somente posso concordar (ou discordar) daquilo que bem compreendo. Lembremo-nos sempre que compreender aqui tem pelo menos dois vieses, o de compreender o “fato” em si, e humanamente tentar compreender o porquê alguns humanos chegam aquela situação, até mesmo para buscar alternativas sociais, educacionais, políticas, e legais, que possam, se não corrigir totalmente aquela distorção, pelo menos minimizar o número de irmãos em espécie que acabam traiçoeiramente caindo, ou sendo arrastados, naquela situação.

#onaturaleosocial
#naturalesocial

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